Mudança nas regras do IMI sobe imposto sobre as casas

O maior impacto desta revisão vai ser sentido na grande Lisboa, no grande Porto e no Algarve, precisamente nas regiões onde os preços do imobiliário têm vindo a subir de forma assinalável desde 2015.

 

A Autoridade Tributária e Aduaneira vai rever o Coeficiente de Localização (CL) do Imposto Municipal Sobre Imóveis (IMI) até ao final do mês de agosto para entrar em vigor em janeiro de 2020.

 

Este fator é o que mais contribui para o agravamento do IMI, e o fisco quer equiparar o valor patrimonial tributário (VPT) das casas, sobre o qual incide o cálculo do IMI, a 85% do preço médio de mercado dos imóveis em cada zona, avança o Correio da Manhã esta segunda-feira, apontando que esta revisão vai obrigar os proprietários a pagarem mais IMI.

 
 

O maior impacto desta revisão vai ser sentido na grande Lisboa, no grande Porto e no Algarve, precisamente nas regiões onde os preços do imobiliário têm vindo a subir de forma assinalável desde 2015.

O IMI é a principal fonte de receita dos municípios, e renderam 423 milhões de euros só em 2017, no total de 8,2 milhões de imóveis urbanos que pagam IMI.

Os peritos imobiliários que vão fazer esta atualização estão atualmente em formação e vão para o terreno no mês de maio.

 

https://www.idealista.pt/news/etiquetas/peritos-avaliadores

Avaliação de imóveis: o problema dos baixos preços e prazos curtos impostos pela banca

 

Com os valores da avaliação bancária de imóveis em máximos, os peritos profissionais deste setor enfrentam, todavia, momentos de forte baixa. Honorários reduzidos, concorrência elevada (e por vezes) desleal, seguros caros - mas que não cobrem os todos os riscos -, aumento da responsabilidade civil e um regulador, a CMVM, sem meios para fiscalizar, são alguns dos aspetos caraterizam a situação de crise que se vive atualmente na atividade de avaliador imobiliário em Portugal. 

 

Peritos avaliadores de imóveis em crise desafiados a fazer greve

Perante a crise que afeta atualmente a atividade de avaliação imobiliária Fernando Santo, ex-Bastonário da Ordem dos Engenheiros e atual administrador da Caixa Económica Montepio Geral, manifesta o seu repúdio por esta situação e em jeito de desafiou pergunta: “Senhores avaliadores continuam a trabalhar e não fazem greve?”

 

https://jornaleconomico.sapo.pt/noticias/salarios-dos-avaliadores-tem-de-subir-urgentemente-380893

“Salários dos avaliadores têm de subir urgentemente”

Fundada em 2018, a Associação Profissional das Sociedades de Avaliação (ASAVAL) representa fundamentalmente as sociedades de avaliação que operam em Portugal. Atualmente, o grupo engloba cerca de dois terços das avaliações que são realizadas para o setor financeiro, sendo membro e representando o TEGoVA (The European Group of Valuers’ Associations), que agrega 76 associações de 37 países, num total de mais de 70 mil avaliadores.

O TEGoVa regista duas acreditações profissionais, reconhecidas a nível europeu: o REV (Recognised European Valuer) e o TRV (TEGoVA Residential Valuer), com a ASAVAL a atribuir também esse reconhecimento em Portugal, tendo já 40 peritos acreditados.

Paulo Barros Trindade é o presidente desta associação que realiza cerca de 150 mil avaliações anuais para a área financeira. Em entrevista ao Jornal Económico, o perito avaliador fala no papel da empresa que “representa peritos avaliadores de imóveis, onde fazemos as avaliações na sua maioria para o setor financeiro, que é o nosso principal cliente”.

Para garantir a total independência dessa avaliação, a ASAVAL “tem um código de ética e deontologia que define todas as questões de conflitos de interesse, de isenção, de imparcialidade”, explicando em que situações a empresa é chamada a intervir. “Pode ser na fase da aquisição do imóvel e, antes da pessoa tomar uma decisão, quer ter uma opinião avalizada e fundamentada. Podemos entrar numa fase posterior, onde a pessoa vai fazer o seu empréstimo ao banco para adquirir o imóvel, e nós entramos para efeito de uma garantia que vai ser constituída desse empréstimo, que está a adquirir junto de um banco”, afirma.

Sobre o elevado preço atual das casas, o presidente da ASAVAL destaca a importância do perito avaliador saber “traduzir aquilo que se passa no mercado”, até porque “se o mercado está numa perspetiva de evolução positiva de valores, temos de estar por dentro de como é que essa evolução se está a proceder, para podermos atribuir o valor correto ao imóvel”, afirma o responsável, que vê no mercado nacional uma “preocupação”, no sentido dos portugueses saberem avaliar o seu património da melhor forma.

“Há neste momento uma preocupação de quem tem património em tentar perceber quanto é que ele vale, tentar colocá-lo, ou pelo menos uma parte, no mercado para aproveitar a dinâmica que ele tem”, sublinha. Apesar desta ser uma área de atividade considerável, Paulo Barros Trindade não vê a necessidade da criação de uma Ordem dos Avaliadores Imobiliários. “Não temos dimensão para a existência de uma ordem de avaliadores. É importante que as associações continuem a fazer o trabalho que têm estado a desenvolver, no sentido de criar melhores condições no desenvolvimento da atividade e dela poder ser exercida”, refere.

Uma das queixas apresentadas por esta associação prende-se com o tempo definido para a realização de uma avaliação. “Com esta aceleração que houve no setor financeiro, começou-se novamente a reduzir os prazos de entrega das avaliações para 48 horas. Esse tempo não é compatível com um trabalho decente e de qualidade para ser feito por um perito. Defendemos que devemos ter pelo menos um prazo de quatro a cinco dias para fazer uma avaliação”, destaca Paulo Barros Trindade, que revela um sentimento de injustiça face às remunerações que um perito avaliador recebe.

“Numa fase em que estamos a recuperar em termos económicos (os preços das casas sobem), mas na área dos avaliadores ainda não existe essa retoma (salarial). Os honorários têm que acompanhar essa responsabilidade e têm de ser urgentemente atualizados”, dando como exemplo o trabalho “mais básico” de um apartamento, onde “o valor de referência de 150 euros seria justo e neste momento andará por metade (por avaliação)”, afirma.

Uma situação que, para ser alterada, depende, na sua opinião, das “sociedades de avaliação começarem a vincar que, para fornecermos um serviço de qualidade, temos de ser ressarcidos do mesmo e de forma compatível. E passa também pelos clientes do setor financeiro reconhecerem, que se querem qualidade, tem de ser paga, e que já passámos o período da pior crise dos últimos anos”, sublinha o perito avaliador, que na sua profissão assegura fornecer quatro elementos: conhecimento, qualificação, confiança e responsabilidade.